Não existe palavra que defina melhor o Batoque do que “tranquilo”. Eu sei que pode parecer clichê, mas é verdade. Poucas praias do Ceará oferecem tamanha calma. O fato do local ser uma Reserva Extrativista é o que possibilita a manutenção da paz por lá.
Por ser uma unidade de conservação federal, não é permitida a construção de empreendimentos turísticos que não sejam aprovados pelo Instituto Chico Mendes, que é responsável pela gestão da área. Além disso, o acesso é feito por uma estrada não pavimentada, que desestimula muitos visitantes.
Assim, mesmo estando próxima de Fortaleza (apenas 52 quilômetros), o Batoque é uma praia quase deserta. Quase uma colônia de pescadores. O número de vistantes é tão pequeno que o local aparece em algumas listas de praias apropriadas para a prática do naturalismo. Eu não vi ninguém nu por lá e até desaconselho. A praia é tranquila, mas a comunidade pode não gostar muito de ver gente andando pelada por lá!
 O silêncio só é quebrado aos domingos, quando a Reserva costuma receber visitantes que chegam em ônibus fretados, mas isso não acontece todas as semanas. Durante todos os outros dias, o movimento fica por conta das jangadas e de poucos veículos 4×4 que passam pela beira da praia.
Além da praia, o Batoque conta com um mangue muito conservado. Para chegar lá, o visitante só precisa caminhar para a direita da praia até chegar ao braço do rio. Pela margem, além da vegetação característica, também é fácil avistar siris, caranguejos, pássaros e pequenos cardumes.
 O mangue é um bom lugar para um passeio no fim da tarde. Em menos de cinco minutos é possível perder-se completamente da civilização e imergir em uma experiência direta com a natureza. Se você for até o local, lembre-se de mantê-lo limpo.
Um dos diferenciais do Batoque é a lagoa que fica próxima da praia. O local é excelente para tomar banho e as crianças se divertem na água calma. Na beira da lagoa, existe a Barraca da Odete. Esse é um bom lugar para almoçar e aproveitar melhor o passeio.